sexta-feira, 17 de abril de 2009

Suave é a Noite, de Fitzgerald


Ler Fitzgerald me deixa entediada com o mundo contemporâneo. È certo que toda boa literatura tem esta característica. Eu sei que é inútil ficar com esta nostalgia por um tempo que não vivi, mas o que vejo em seus livros, são seres humanos vivendo uma vida plena, repleta de beleza e lirismo. Meu ideal de vida era viver como os protagonistas de Fitzgerald, com toda a sua explosão e decadência.
Este foi o segundo romance que li de Fitzgerald, o primeiro foi O Grande Gatzby , última grande obra antes do mergulho do escritor nos excessos e extravagâncias de sua nova vida, escrito na França, onde o casal residiu por algum tempo. É certo que esta obra teve muita infuência da vida do autor, seu estilo de vida, muito semelhante ao personagens, tem um fim drástico em 1930, com a internação de Zelda em um hospício. Fitzgerald representa este dramático momento na novela Suave é a Noite, seu retorno ao universo literário em 1934. A obra foi, naquela época, mal recebida pelos críticos, mas depois seria considerada uma de suas melhores performances. Fitzgerald escreve com categoria, muita categoria. Lembro-me de ter comentado com alguém, ou mesmo dito em algum blog antigo, que me parecia que Fitzgerald escrevia às vésperas de uma festa, vestido a rigor. Fitzgerald é fino, mais do que qualquer outro autor que eu tenha lido. E a elegância do estilo e o engenho (a costura da história, a reviravolta no enredo etc.), é o que mais admiro em um texto. É o escritor que com mais poder me transporta para o cenário da sua obra. Esta novela seria posteriormente vertida para o cinema.
Aliás, li Suave é a Noite, por influência de O Grande Gatsby, que já li e reli muitas, inúmeras vezes, por achá-lo um documento de época.