quarta-feira, 9 de julho de 2008

Você adora a trilogia Matrix?

Jean Braudrillard, o homem que detonou a trilogia Matrix.
Você tem que conhecer o pensador que inspirou os diretores e depois detonou os filmes. Como todo bom francês, o pensador Jean Baudrillard, que faleceu no ano passado aos 78 anos, se recusava a falar em inglês. Mas conseguiu ser muito popular nos Estados Unidos porque seu nome sempre esteve na boca e nos ouvidos dos espectadores da trilogia Matrix. No primeiro filme dos irmãos Wachowski, o hacker Neo (Keanu Reeves) guarda seus programas de paraísos artificiais no fundo falso do livro Simulacros e Simulação, de Baudrillard. Keanu leu o livro e costuma mencionar o autor em todas as suas entrevistas sobre Matrix Reloaded, o último filme da trilogia. Foi o ensaio sobre como os meios de comunicação de massa produzem a realidade virtual que inspirou os diretores de Matrix a criar o roteiro.
Veja o que Baudrillard disse de Matrix: — É uma produção divertida, repleta de efeitos especiais, só que muito metafórica. Os irmãos Wachowski são bons no que fazem. Keanu Reeves também tem me citado em muitas ocasiões, só que eu não tenho certeza de que ele captou meu pensamento. O fato, porém, é que Matrix faz uma leitura ingênua da relação entre ilusão e realidade. Os diretores se basearam em meu livro Simulacros e Simulação, mas não o entenderam. Prefiro filmes como Truman Show e Cidade dos Sonhos, cujos realizadores perceberam que a diferença entre uma coisa e outra é menos evidente. Nos dois filmes, minhas idéias estão mais bem aplicadas. Os Wachowskis me chamaram para prestar uma assessoria filosófica para Matrix Reloaded e Matrix Revolutions, mas não aceitei o convite. Como poderia? Não tenho nada a ver com kung fu. Meu trabalho é discutir idéias em ambientes apropriados para essa atividade.