quarta-feira, 30 de abril de 2008

A ANGÚSTIA NA SUA FORMA MAIS DRAMÁTICA

O GRITO (Edvard Munch, 1893)

Munch afimava: “Não devemos pintar interiores com pessoas lendo e mulheres tricotando; devemos pintar pessoas que vivem, respiram, sentem,sofrem,e amam”.


Uma historiadora de arte identificou a paisagem que inspirou o pintor expressionista a fazer seu quadro mais famoso. Segundo Sue Pridaux, trata-se de Kristiania, a Oslo atual, vista do parque de Ekebert, em cujo asilo psiquiátrico a irmã mais nova de Munch, Laura, foi internada devido à esquizofrenia. O lugar também fica perto do matadouro da cidade, explica a especialista Pridaux, acha que os gritos dos animais no matadouro combinados com os dos loucos do asilo intensificaram a ansiedade do artista sobre seu próprio estado de saúde. Munch, que perdeu a mãe e a irmã mais velha na infância, sofreu com freqüentes depressões e crises de alcoolismo.O famoso quadro mostra uma linha diagonal, que, segundo se achava, representava uma ponte, mas Pridaux a identificou como sendo um muro de segurança que ainda existe na região.Much utilizou esse mesmo fundo em suas obras "Desespero" e "Ansiedade".


Depoimento de Munch:
"Estava na estrada com dois amigos e o sol se pôs. De repente, o céu ficou vermelho-sangue, e senti o frescor da tristeza... As nuvens sobre o fiorde gotejavam sangue", escreveu Munch. "Meus amigos", lembra o artista, "seguiram seu caminho, mas eu fiquei tremendo, com uma ferida aberta no peito... Ouvi como um grito extraordinário atravessava a natureza".

Munch descreveu esse texto para explicar a tela, tornando público o exato momento da apreensão de uma realidade, depois transformada em objeto de arte. As cores assustadoras vistas por Munch, freqüentes durante os crepúsculos de outono nos países nórdicos, foram atribuídas por astrônomos americanos em 2003 ao resultado de uma explosão vulcânica ocorrida na Indonésia em 1893.
ANGÚSTIA
Angústia é um romance publicado por Graciliano Ramos em 1936. Na época Graciliano estava preso pelo governo de Vargas e contou com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, para a publicação.
Esta Velha Angústia , por Fernando Pessoa

Esta velha angústia,
Esta angústia que trago há séculos em mim,
Transbordou da vasilha,
Em lágrimas, em grandes imaginações,
Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror,
Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.
Transbordou.
Mal sei como conduzir-me na vida
Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!
Se ao menos endoidecesse deveras!
Mas não: é este estar entre,
Este quase, Este poder ser que...,
Isto.

Um internado num manicômio é, ao menos, alguém,
Eu sou um internado num manicômio sem manicômio.
Estou doido a frio,
Estou lúcido e louco,
Estou alheio a tudo e igual a todos:
Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura
Porque não são sonhos.
Estou assim...
Pobre velha casa da minha infância
perdida!
Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!
Que é do teu menino?
Está maluco.
Que é de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano?
Está maluco.
Quem de quem fui?
Está maluco.
Hoje é quem eu sou.
Se ao menos eu tivesse uma religião
qualquer!
Por exemplo, por aquele manipanso
Que havia em casa, lá nessa, trazido de África.
Era feiíssimo, era grotesco,
Mas havia nele a divindade de tudo em que se crê.
Se eu pudesse crer num manipanso qualquer —
Júpiter, Jeová, a Humanidade —
Qualquer serviria,
Pois o que é tudo senão o que pensamos de tudo?
Estala,
coração de vidro pintado
Proposta de atividade:
Um Trabalho excelente para ser feito em sala de aula :
Música O Fourtuna - Carmina Burana