domingo, 17 de agosto de 2008

Velhos amantes, novos amigos

A reportagem de capa da revista Veja desta semana é muito preocupante, mas o que vou comentar aqui é a crônica de Lia Luft, achei-a muito inteligente e se todos pensarem como a cronista, os filhos só têm a ganhar por esta civilidade. Leia e tire suas conclusões:
"Ex-companheiros podem se reaproximar com bondade, tolerância e parceria, porque aprenderam a ser mais tolerantes, porque ficaram mais sábios" No meio desse mundo dominado por mediocridade e sordidez – que se manifestam sobretudo na vida pública, na qual há muito o bem do cidadão tem menos importância que o bolso e o poder dos que deviam cuidar dele –, aparecem dados positivos. Alguns, quase extraordinários, nos consolam, nos fazem pensar, nos servem de modelo. Falo em velhos casais separados, que voltaram a ter companheiros, mas se vêem outra vez sozinhos, por viuvez ou nova separação. Separação é sempre triste. Não há nenhuma alegrinha ou animada, tudo provoca culpa ou rancor. Filhos envolvidos sofrem sempre. O melhor que os pais podem fazer é decidir de coração aberto: "Não somos mais marido e mulher, mas somos pais desses filhos". Se isso for levado a sério, muita dor será evitada. Pessoas dignas e decentes conseguem fazer isso, passada a primeira tempestade de emoções. Os filhos convivem com pai e mãe, ambos igualmente interessados em sua vida, sua saúde, sua escola, suas amizades, seu crescimento enquanto seres humanos. O chão só se abre quando, o que é comum, os pais – ou um deles (a triste figura é em geral a materna) – usam os filhos para denegrir ou ferir o outro. Talvez o tempo nos torne mais civilizados nisso.

Lya Luft
Fonte: Veja ( 17/08/2008)

Um comentário:

Pedro Henrique Gomes disse...

É como eu sempre digo, tudo que o nosso país precisa é educação. Mas educação que começa cedo, dentro de casa. Depois de "velho" o adolescente não vai mudar muito. Sobre relacionamentos eu não sou muito experiente ainda, rsrsrsr.

Abraço, Miriam.